Um filme simples com reviravoltas boas o suficiente para prender a atenção do público.
Desconhecidos parte de uma premissa simples: Um predador implacável rastreia uma mulher ferida pela natureza selvagem de Oregon, nos EUA. Ela faz o possível para ser mais esperta que seu agressor, mas a cada momento de tensão ela fica mais fraca e se sente menos capaz.
A obra se desenrola em capítulos fora de ordem, o que aumenta o choque a cada nova etapa, pois mantém o espectador constantemente tentando encaixar as peças do quebra-cabeça, enquanto segredos obscuros vão sendo revelados. O roteiro brinca com as percepções do público, mostrando que nada é tão simples quanto parece e que a moral dos personagens é sempre questionável. Essa escolha transforma uma história que poderia ser previsível em uma experiência intrigante e cheia de reviravoltas.

A trilha sonora, apesar de não ser extremamente marcante, cumpre seu papel ao acompanhar o suspense de maneira eficaz. O uso de sons ambientes e silêncios estratégicos ajuda a criar uma atmosfera opressora, onde qualquer ruído pode significar uma ameaça. Os recursos sonoros aumentam a tensão e fazem com que o espectador sinta a sensação de vulnerabilidade da protagonista. Ao acompanhar esse jogo de gato e rato, estamos sempre em busca de respostas, e a espera para essas revelações acabam sendo um ponto muito forte para manter a atenção do público.
As atuações são sólidas e contribuem para a imersão na história. A protagonista transmite bem o desespero e a exaustão, tornando sua luta pela sobrevivência angustiante. O antagonista, por sua vez, traz brutalidade e frieza, contribuindo para o aumento dos momentos de tensão. Além disso, o filme não evita o uso da violência gráfica, o que deve agradar as pessoas que buscam um thriller mais visceral e impactante.

Para quem gosta de filmes de perseguição diretos e sem grandes complicações narrativas, esse é um prato cheio. A estrutura fora de ordem não é um desafio, visto que a trama é bem didática ao se explicar. “Desconhecidos” não tenta reinventar o gênero, mas utiliza bem seus elementos para entregar uma experiência tensa e envolvente, mantendo o espectador atento do início ao fim.
Em suma, o filme é simples mas sabe prender o público sem precisar de artifícios exagerados. Um thriller de perseguição muito bem construído e, apesar de não ser tão inovador, cumpre perfeitamente o que promete.
Crítica por Pedro Gomes.
Desconhecidos | Strange Darling
Estados Unidos, 2024, 98min.
Direção: JT Mollner
Roteiro: JT Mollner
Elenco: Hélène Vincent Josiane Balasko Ludivine Sagnier
Produção: Bill Block, Steven Schneider, Roy Lee
Direção de Fotografia: Giovanni Ribisi
Música: Craig Deleon
Classificação: 18 anos
Distribuição: Paris Filmes
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