Amigos Imaginários - Paramount Pictures (2024)

Crítica – Amigos Imaginários (IF)

“Amigos Imaginários” traz uma emocionante celebração da infância e nostalgia em uma grata e colorida surpresa.

“Amigos Imaginários” é aquele tipo de filme que se camufla em abordagens infantis, funcionando muito bem com crianças, mas que também tem o objetivo de atingir os adultos em sua profundidade. Quem não tem memórias da infância de simples brincadeiras, personagens ou do quão longe a imaginação podia nos levar? O novo filme de John Krasinski trabalha uma narrativa simples, colorida e emotiva, acertando em cheio na nostalgia e na saudade de tempos que não voltam mais.

Amigos Imaginários – Paramount Pictures (2024)

Passar do gênero de terror, com os dois filmes de “Um Lugar Silencioso”, para um filme infantil, cheio de bichinhos bonitinhos e uma protagonista criança, pode parecer um desafio nas mãos de um diretor novo como Krasinski. As possibilidades de cair no genérico são grandes, e, olhando de forma racional, ele pode até incorporar alguns desses fatores em suas subtramas. No entanto, nada disso é determinante para uma experiência negativa; muito pelo contrário, a experiência que o filme proporciona é muito gratificante e parece um abraço da infância, é literalmente se sentir criança por quase duas horas.

Amigos Imaginários – Paramount Pictures (2024)

É muito fácil ser pego de surpresa por “Amigos Imaginários”. A ideia do filme de se vender como um divertimento rápido e com algumas risadas esconde muito mais nas entrelinhas. A obra fala sobre questões familiares e sobre a individualidade do crescimento, o anseio por ser mais velho e o valor de manter um lado infantil na vida adulta. Especialmente nos dias de hoje, onde cada pequena coisa vista de um modo positivo – ou seja, aos olhos de uma criança – pode ser importante para ser feliz. O personagem que o diretor interpreta, o pai da protagonista, parece ter sido escrito para expor tudo o que ele queria dizer e não pôde. Assim, ele o faz diretamente, enquanto distribui outros significados na narrativa para contribuir com sua visão de mundo, uma visão muito sensível e agradável.

Amigos Imaginários – Paramount Pictures (2024)

Questões técnicas não chamam tanto a atenção, além da animação e CGI bem trabalhadas, usadas para criar piadas e boas sacadas com os personagens. A criação de uma infinidade de personagens abre um leque de humor gigantesco, facilmente integrado aos humanos e seu dia a dia. A trilha sonora que acompanha toda a apresentação desses personagens e momentos emocionantes é tocante, mas não chega a ser marcante; funciona bem com cenas sem diálogos e de descoberta, tanto de novos cenários quanto de sentidos da narrativa. O elenco também não apresenta surpresas: é bom e conta com rostos conhecidos que atraem o público, mas na prática, são apenas suficientes para os momentos cômicos e emotivos aos quais são designados.

 

Crítica por Guilherme Norvilas.

 

Amigos Imaginários | IF
Estados Unidos, 2024, 104 min.
Direção: John Krasinski
Roteiro: John Krasinski
Elenco: Ryan Reynolds, Cailey Fleming, Steve Carell
Produção: John Krasinski, Allyson Seeger, Andrew Form, Ryan Reynolds
Direção de Fotografia: Janusz Kamiński
Música: Michael Giacchino
Classificação: Livre
Distribuição: Paramount Pictures

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