Cena de A Mulher da Areia, do diretor Hiroshi Teshigahara, vencedor do Prêmio do Júri do Festival de Cannes de 1964

Mais de 20 filmes serão exibidos na mostra de cinema gratuita e inédita Nouvelle Vague Japonesa: Lirismo e Subversão, na CAIXA Cultural Rio de Janeiro, de 9 a 21 de dezembro

Público poderá assistir a obras consagradas de Nagisa Oshima, Hiroshi Teshigahara e outros diretores fundamentais para o movimento cinematográfico mais importante do Japão, além de participar de atividades paralelas.

A inédita mostra de cinema Nouvelle Vague Japonesa: Lirismo e Subversão vai integrar a programação da CAIXA Cultural Rio de Janeiro, Unidade Passeio (R. do Passeio, 38 – Centro), de 9 a 21 de dezembro, com ingressos e todas as atividades inteiramente gratuitos. A partir de 24 filmes que ressaltam o espírito da juventude estudantil e urbana do Japão dos anos 1960 e 1970, a seleção fílmica destaca o movimento cinematográfico considerado o mais importante da história do país e originalmente conhecido como “Nuberu Bagu”. Ao abordarem temas que desafiam o conservadorismo da época, por meio de ideias subversivas e libertárias, as obras também dialogam com as questões políticas e culturais da atualidade. Entre os títulos, estão longas-metragens de diretores consagrados, como A Mulher da Areia, de Hiroshi Teshigahara, vencedor do Prêmio do Júri do Festival de Cannes de 1964, O Profundo Desejo dos Deuses, de Shohei Imamura, Noite e Neblina no Japão, de Nagisa Oshima, e Eros + Massacre, de Yoshishige Yoshida. 

Além da programação fílmica, a mostra será composta por atividades paralelas: um minicurso intitulado “A Nuberu Bagu e o Japão dos anos 1960 e 1970”, com o curador e professor de cinema da PUC-Rio Pedro Henrique Ferreira; e bate-papos nos dias 12, 14 e 17 de dezembro. Também será distribuído um livro-catálogo com textos de referência sobre o assunto para aqueles que comparecerem, pelo menos, a um evento da programação.  

Para a sessão de abertura, no dia 9 de dezembro, após a exibição do longa O Garoto Toshio, de Nagisa Oshima, o grupo KOMYO vai realizar uma apresentação de Taiko, performance musical e corporal com tambores de diferentes timbres, no saguão da CAIXA. Ilha Nua, de Kaneto Shindo, também ganhará uma sessão especial com acompanhamento musical da banda Bagunço, que mistura o ritmo brasileiro ao som do jazz-funk e do rock, no dia 19 de dezembro. A Marca do Assassino, de Seijun Suzuki, terá uma sessão com acessibilidade no dia 17 de dezembro. 

Em parceria com a Fundação Japão, dois filmes serão exibidos em 16 mm: O Profundo Desejo dos Deuses, no dia 13 de dezembro, e Desejo Profano, no dia 18. Eles são dirigidos por Shohei Imamura, que já conquistou duas Palmas de Ouro no Festival de Cannes. 

Durante o período marcado por protestos ao Tratado Mútuo de Segurança EUA-Japão (Anpo, em japonês), que garantia a presença de bases militares estadunidenses no Japão, a Nouvelle Vague japonesa se consolidou por dar voz ao espírito radical da juventude niilista da época. Dessa forma, debruçar-se sobre o corpo, a sexualidade e a violência se tornou uma ferramenta para enfrentar tabus. Inicialmente atreladas aos grandes estúdios do país, as produções da Nuberu Bagu ganharam mais espaço e notoriedade no cinema independente, com mais liberdade artística e estética. 

O curador Pedro Henrique Ferreira destaca a relevância da mostra: “O evento traçará um panorama amplo da produção de vanguarda do Japão deste período. São obras realizadas por jovens, e de onde emana o espírito cultural e militante da juventude nipônica dos anos 1960. A ideia é introduzir o público brasileiro, e sobretudo a cinefilia mais jovem, a este repertório de filmes brilhantes que ainda circulam muito pouco aqui no Brasil e no resto do mundo. Em vários âmbitos, as ideias artísticas e políticas desta geração têm muita afinidade com as da atual. No mais, este tipo de evento possibilita diversas formas de intercâmbios entre Brasil e Japão”. 

Filmes de grandes cineastas da sétima arte, como Nagisa Oshima, Shohei Imamura, Seijun Suzuki e Hiroshi Teshigahara, estão na programação da mostra, assim como obras mais radicais e obscuras de diretores como Masao Adachi, Koji Wakamatsu e Toshio Matsumoto. Para mais informações, acesse o site da CAIXA Cultural Rio de Janeiro ou a página do Instagram @mostranvjaponesa. 

 

PROGRAMAÇÃO 

Terça, 09/12 

15h – Todos Porcos (Shohei Imamura, 1961, 107 min.) – 14 anos 

17h10 – Sessão de abertura: O Garoto Toshio (Nagisa Oshima, 1969, 97 min.) – 14 anos; em seguida, apresentação de Taiko do grupo KOMYO no saguão da CAIXA 

 

Quarta, 10/12 

13h15 – Minicurso “A Nuberu Bagu e o Japão dos anos 1960 e 1970” 

15h15 – Noite e Neblina no Japão (Nagisa Oshima, 1960, 107 min.) – 12 anos 

17h30 – Portal da Carne (Seijun Suzuki, 1964, 90 min.) – 14 anos 

 

Quinta, 11/12 

13h15 – Minicurso “A Nuberu Bagu e o Japão dos anos 1960 e 1970” 

15h20 – Purgatório Heroico (Yoshishige Yoshida, 1970, 118 min.) – 16 anos 

17h40 – O Enforcamento (Nagisa Oshima, 1968, 118 min.) – 16 anos 

 

Sexta, 12/12 

13h15 – Minicurso “A Nuberu Bagu e o Japão dos anos 1960 e 1970” 

15h15 – Himiko (Masahiro Shinoda, 1974, 99 min.) – 16 anos 

17h15 – Funeral das Rosas (Toshio Matsumoto, 1969, 105 min.) – 18 anos  

*Bate-papo após a sessão com a cineasta Vitã 

 

Sábado, 13/12 

14h45 – O Profundo Desejo dos Deuses (Shohei Imamura, 1968, 172 min.) – 16 anos *Exibição em cópia de 16 mm da Fundação Japão 

18h10 – Êxtase dos Anjos (Koji Wakamatsu, 1972, 89 min.) – 18 anos 

 

Domingo, 14/12 

15h – Minamata: As Vítimas e Seu Mundo (Noriaki Tsuchimoto, 1971, 128 min.) – 12 anos 

*Bate-papo após a sessão com o filósofo Fabian Cantieri (40 min.) 

 

Terça, 16/12 

14h45 – A Mulher Inseto (Shohei Imamura, 1963, 123 min.) – 12 anos  

17h20 – A Mulher da Areia (Hiroshi Teshigahara, 1964, 145 min.) – 14 anos 

 

Quarta, 17/12 

13h15 – A Marca do Assassino (Seijun Suzuki, 1967, 98 min.) – 14 anos  

*Sessão de acessibilidade 

15h30 – O Gato Preto (Kaneto Shindo, 1968, 99 min.) – 16 anos 

17h30 – Exército Vermelho/PFPL: Declaração de Guerra Mundial (Masao Adachi e Koji Wakamatsu, 1971, 69 min.) – 12 anos 

*Bate-papo após a sessão com a professora Muna Omran 

 

Quinta, 18/12 

14h30 – Desejo Profano (Shohei Imamura, 1964, 150 min.) – 14 anos  

*Exibição em cópia de 16 mm da Fundação Japão 

17h30 – Cerimônia Solene (Nagisa Oshima, 1971, 123 min.) – 16 anos 

 

Sexta, 19/12 

14h – Duplo Suicídio em Amijima (Masahiro Shinoda, 1969, 105 min.) – 16 anos 

16h10 – A.K.A. Serial Killer (Masao Adachi, 1969, 88 min.) – 16 anos 

18h10 – Ilha Nua (Kaneto Shindo, 1961, 96 min.) – 10 anos; sessão com acompanhamento musical da banda Bagunço 

 

Sábado, 20/12 

14h – O Homem que Deixou o Seu Testamento no Filme (Nagisa Oshima, 1970, 94 min.) – 14 anos 

16h – Eros + Massacre (Yoshishige Yoshida, 1969, 216 min.) – 18 anos 

 

Domingo, 21/12 

14h – A Marca do Assassino (Seijun Suzuki, 1967, 98 min.) – 14 anos 

16h – Tóquio Violenta (Seijun Suzuki, 1962, 83 min.) – 14 anos 

 

 

ATIVIDADES PARALELAS 

MINICURSO “A NUBERU BAGU E O JAPÃO DOS ANOS 1960 E 1970” 

Ministrado pelo curador e professor Pedro Henrique Ferreira, o curso apresentará o contexto histórico do Japão dos anos 1960, que permitiu o surgimento de novos realizadores dentro do sistema de estúdios nacional, e a politização cultural que possibilitou o seu desenvolvimento pela década seguinte. Além disso, traçará um panorama de quem foram os seus principais agentes e elencará certas práticas e estéticas recorrentes nesse conjunto de filmes, bem como motes visuais e narrativos e o corpo teórico que mobilizou essas escolhas cinematográficas. 

 

BATE-PAPOS 

  • Sexta, 12/12: bate-papo após a sessão de Funeral das Rosas (17h15) com a cineasta Vitã 

  • Domingo, 14/12: bate-papo após a sessão de Minamata: As Vítimas e Seu Mundo (15h) com o filósofo Fabian Cantieri 

  • Quarta, 17/12: bate-papo após a sessão de Exército Vermelho/PFPL: Declaração de Guerra Mundial (17h30) com a professora Muna Omran 

 

EVENTO DE ABERTURA 

O evento de abertura contará com apresentação de Taiko do grupo KOMYO. 

 

SESSÃO ESPECIAL COM MÚSICA AO VIVO 

Sexta, 19/12: Ilha Nua – exibição com acompanhamento musical da banda Bagunço. 

 

SESSÃO DE ACESSIBILIDADE 

Quarta, 17/12: A Marca do Assassino contará com o recurso de legendagem descritiva. 

 

SERVIÇO 

Mostra Nouvelle Vague Japonesa: Lirismo e Subversão 

Data: 9 a 21 de dezembro 

Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Unidade Passeio – Rua do Passeio, 38 – Centro, Rio de Janeiro/RJ 

Classificação etária: consulte a programação 

Retirada de ingressos para os filmes: 30 minutos antes de cada sessão ou atividade programada 

Aberto de terça a sábado, e domingos e feriados 

Acesso para pessoas com deficiência 

Entrada gratuita 

 

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