Novo documentário de Aurélio Michiles, com participação de Bruno Gagliasso, reconstrói a vida do líder estudantil Honestino Guimarães.
O Festival do Rio 2025 encerrou sua 27ª edição celebrando o melhor do cinema contemporâneo com o anúncio dos vencedores do Troféu Redentor da Première Brasil e do Prêmio Felix. A cerimônia aconteceu na noite deste domingo (12), no Cine Odeon – Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro. O novo documentário de Aurélio Michiles sobre Honestino Guimarães levou o Troféu Redentor de Melhor Montagem para André Finotti.
Honestino foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e um dos maiores símbolos da resistência contra o regime militar, preso e desaparecido em 1973, aos 26 anos de idade. Sua trajetória é reconstituída no filme a partir de depoimentos de familiares, amigos, políticos e militantes, como Juliana Guimaráes, Almino Afonso, Jorge Bodanzky, Franklin Martins e Betty Almeida, biógrafa do líder estudantil. Essa pluralidade de vozes ajuda a revelar a dimensão humana e política de um jovem que construiu uma rede que segue inspirando gerações.
O documentário, produzido por Nilson Rodrigues, adota uma linguagem híbrida, combinando entrevistas e imagens de arquivo com cenas ficcionais interpretadas por Bruno Gagliasso. Essa opção estética aproxima o personagem do presente e dá fluidez ao relato, colocando o espectador diante de uma história que não está encerrada. “O cinema é um espaço privilegiado para refletir a memória do país. O longa se propõe a isso, não deixar cair no esquecimento a tragédia que foi a ditadura militar e honrar aqueles que lutaram contra a barbárie”, afirmou Rodrigues.
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A motivação pessoal do diretor também atravessa a obra. Amigo de Honestino na juventude, Michiles acompanha desde o ano de 1968 a memória desse líder estudantil. Décadas depois, um vídeo do neto de Honestino, Lucas, durante a reinauguração da ponte que leva o nome do avô, foi o impulso final para que o projeto fosse realizado. “Nosso propósito é não deixar o personagem congelado numa fotografia antiga, mas torná-lo tangível, vivo. O ontem é hoje e o hoje pode ser o futuro”, define Michiles. A estreia chega num momento em que o cinema brasileiro volta a revisitar os anos de ditadura, como visto recentemente em AINDA ESTOU AQUI, de Walter Salles. Para Michiles, essas obras cumprem um papel essencial: “Tomara que a história do Honestino possa provocar essa mesma emoção, injetando novamente autoestima, um novo acreditar, a esperança de que existe ainda um Brasil possível”. |
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Sinopse: |








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