As facetas de Robert de Niro em um gênero que o usa em (correta) demasia.
Pensar em Robert de Niro é pensar em Máfia. Ou pelo menos filmes sobre ela. Inúmeros são os projetos-gângsters cujo protagonismo é incorporado por ele. De “Taxi Driver” até “O Irlandês”, de “O Poderoso Chefão” até “The Alto Nights”, novo filme de Berry Levinson, baseado em uma história real envolvendo a máfia ítalo americana em Nova York nos anos 1950.
Nessa época, os nomes de Frank Costello e Vito Genovese eram conhecidos de muita gente. Se não como membros da máfia nos Estados Unidos da América, como grandes mentes investidoras e empresárias. O filme retrata como a amizade de infância entre eles se transforma em uma rivalidade mortal, capaz de colocar fim à Era da Máfia no país.

Como um bom filme de gângsters, “The Alto Nights” conta com uma fotografia de contrastes, fazendo um excelente uso de sombras e objetos com cores que se destacam em meio aos tons mais escuros e sóbrios. O figurino e a direção de arte também são impecáveis, dando características ainda mais marcantes aos personagens e cenários de época. A trilha sonora retumba em nossos ouvidos em uma coreografia melódica junto à narrativa, contribuindo para a intensidade da mesma.
Dentre todos os trunfos cinematográficos bem utilizados no filme, o maior destaque ainda vai para de Niro. E não apenas por conseguir trazer elementos novos na construção de personagem em um universo que se poderia dizer saturado para ele. Aqui, ele o faz de maneira dupla, uma vez que tanto Costello, quanto Genovese são interpretados por ele. Enquanto um nos causa empatia, o outro gera repulsa. Performances distintamente vividas por um ator cuja versatilidade não cansa de surpreender. E tudo se torna ainda mais impactante, considerando as imensas décadas imersas em filmes do gênero. Para quem assiste, é como se víssemos sua performance de bad boy pela primeira vez.

No quesito duração, o filme também possui um lado positivo, aos espectadores que se perdem em filmes longos demais. Nesse sentido, “The Alto Knights” é, também, certeiro. Nem longo o bastante para se tornar maçante, nem curto para desenvolver a história de forma insuficiente.
Crítica por Bianca Rolff.

The Alto Knights: Máfia e Poder | The Alto Knights
Estados Unidos, 2025, 123 min.
Direção: Barry Levinson
Roteiro: Nicholas Pileggi
Elenco: Robert De Niro, Debra Messing, Cosmo Jarvis
Produção: Irwin Winkler, Jason Sosnoff, Charles Winkler
Direção de Fotografia: Dante Spinotti
Música: David Fleming
Classificação: 16 anos
Distribuição: Warner Bros. Pictures









Leave a Reply