Uma segunda temporada promissora no universo de Tolkien.
A primeira temporada entregou aos fãs do universo de Tolkien uma Terra-média cheia de vida e pronta para recomeçar, séculos após a guerra contra Morgoth, cuja paz é destruída pela nova ascensão das trevas. Deixando no fim muitas expectativas para a segunda temporada, os fãs se perguntavam como algumas coisas seriam explicadas e quais novos elementos seriam apresentados. Muitas especulações foram feitas, dentre elas: qual foi o caminho de Sauron da derrota até aquela jangada? Como seria a vida dos elfos agora, tendo a magia dos anéis? Galadriel conseguiria enfrentar as trevas agora que as viu tão de perto? E os anões estão seguros depois daquilo que vimos despertar no coração da sua montanha? Qual a ligação do Istar com Sauron e de onde ele vem?
Depois de tanto tempo esperando e formulando tantas teorias, finalmente vamos começar a ter mais algumas respostas. A segunda temporada estreou em grande estilo, já com três episódios “com pé na porta”, começando exatamente no ponto em que terminou a primeira, mostrando quais foram as ações seguintes dos personagens. Dito isso, prepare-se para alguns spoilers.
Sauron agora retorna aos orcs com sua nova forma e seu novo nome, pronto para enganá-los, infiltrar-se entre eles e se vingar da morte brutal e violenta que sofreu pelas mãos deles — morte essa à qual somos apresentados logo no começo. Elrond tenta roubar os anéis na esperança de destruí-los, com medo de que as trevas de Sauron tenham contaminado a magia pura das joias. E aí vemos mais uma rachadura na amizade entre ele e Galadriel, visto que ela não só acredita que os anéis ainda sejam puros e possam salvar os elfos, como também teme o peso de suas ações e as consequências de seus enganos.
Istar segue sua jornada com sua amiga Nori através do deserto, rumo às terras misteriosas de Rhûn e aos perigos, como o clima extremo e árido, catadores ariscos, as feiticeiras que caçaram o mago na primeira temporada e o próprio mago, ainda sem controle de seu poder. Vemos também o mestre a quem as feiticeiras servem, e a primeira coisa que é clara: será que ele é um mago azul? Só assistindo para descobrir.
Já nos domínios dos anões, o mundo está desabando, literalmente! O despertar do Balrog não seria em vão, e o estrago começa com a montanha desabando, os túneis sendo destruídos e os espelhos soterrados. O rei Durin terá que resolver logo seus problemas familiares para se concentrar na ameaça ainda escondida. Boa sorte para Disa para dobrar a teimosia do marido e do sogro.
Lorde Celebrimbor ainda nem imagina o que foi feito de sua criação, se é que os anéis deram certo. Mas, como todo bom artista, a descoberta vai deixá-lo encantado e perigosamente vulnerável às influências de Sauron, ainda escondido sob o rosto amigável de Halbrand. Não podemos esquecer dos aliados além-mar: como o povo de Númenor verá a derrota na Terra-média? Vão aceitar a nova rainha agora que o velho rei se foi? Ela terá mais visões agora que ficou cega na batalha? E o que Eärien viu na esfera élfica que o rei lhe mostrou?
Essas dúvidas são respondidas logo no início da nova temporada, nesses três episódios, e esperamos ver os desenvolvimentos nos próximos. Isso nos lembra de Theo, Arondir, Bronwyn e Isildur, desaparecidos após a explosão do vulcão. À primeira vista, podemos acreditar que estão mortos, mas a regra do entretenimento é clara: sem corpo, sem morte. Então, com certeza, alguns desses nomes voltarão à tela, procurando um caminho para recomeçar.
A primeira temporada recebeu críticas boas e ruins de vários tipos: desde críticas ao roteiro e à continuidade de alguns arcos, à personalidade e desenvolvimento de alguns personagens principais, até à quantidade de cenas de ação e batalha, que não agradou a todos, em comparação ao excesso de diálogos. Por outro lado, a ambientação, figurinos, efeitos e trilha sonora parecem ter sido um consenso de qualidade. Ainda assim, não se pode dizer que ela foi totalmente amada ou totalmente odiada pelo público, que se divide bastante nessa questão. Há ainda os que ficaram no meio-termo, reconhecendo as falhas, mas ainda assim gostando muito.
As comparações com os livros são inevitáveis para os leitores em qualquer obra adaptada, mas, olhando exclusivamente do ponto de vista da série, ela é muito promissora. Esta segunda temporada vem com a missão de continuar desenvolvendo os pontos positivos enquanto redime os negativos. A nova temporada promete, e vamos ver de camarote tudo o que ela tem a cumprir.
Crítica por Cristina Russo.
S02 E01 – Reis Élficos Sob o Céu | S02 E01 – Elven Kings Under the Sky
Estados Unidos, 2024, 76 min.
Direção: Charlotte Brändström
Roteiro: Gennifer Hutchison
Elenco: Charlie Vickers, Morfydd Clark, Robert Aramayo
Produção: Helen Shang, Patrick McKay, John D. Payne, Kate Hazell
Direção de Fotografia: Alex Disenhof
Música: Bear McCreary
S02 E02 – Onde as Estrelas são Estranhas | S02 E02 – Where the Stars are Strange
Estados Unidos, 2024, 62min.
Direção: Charlotte Brändström, Louise Hooper
Roteiro: Jason Cahill
Elenco: Sophia Nomvete, Morfydd Clark, Owain Arthur
Produção: Helen Shang, Patrick McKay, John D. Payne, Kate Hazell
Direção de Fotografia: Alex Disenhof, Laurie Rose
Música: Bear McCreary
S02 E03 – A Águia e o Cetro | S02 E03 – The Eagle and the Sceptre
Estados Unidos, 2024, 66 min.
Direção: Charlotte Brändström, Louise Hooper
Roteiro: Helen Shang
Elenco: Lloyd Owen, Maxim Baldry, Trystan Gravelle
Produção: Helen Shang, Patrick McKay, John D. Payne, Kate Hazell
Direção de Fotografia: Alex Disenhof, Laurie Rose
Música: Bear McCreary
O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder | The Lord of the Rings: The Rings of Power
Segunda Temporada
Classificação: 14 anos
Distribuição: Amazon Prime Video