Crítica – Borderlands

Borderlands entrega diversão explosiva e personagens cativantes, mas tropeça ao desperdiçar seu tempo de tela com um desenvolvimento superficial.

“Borderlands” é um filme baseado em um jogo de videogame de mesmo nome, desenvolvido pela Gearbox Software. A história do longa segue Lilith, uma criminosa com um passado enigmático que retorna ao seu planeta natal, Pandora, em busca da filha desaparecida de Atlas, um influente proprietário de uma das mais poderosas empresas de armas da galáxia.

Um dos maiores pontos positivos da obra é seu elenco, e a dádiva de assistir Cate Blanchett e Jamie Lee Curtis contracenando pela primeira vez. Ambas estão muito confortáveis em seus papéis e, com um roteiro relativamente genérico, as duas são essenciais para conquistar o espectador.

Borderlands – Paris Filmes (2024)

Ariana Greenblatt brilha intensamente ao trazer à vida a explosiva e excêntrica Tiny Tina. Desde a primeira aparição na tela, é evidente que Greenblatt capturou perfeitamente a essência da personagem, que é conhecida por sua energia frenética, humor peculiar e habilidade com explosivos. Greenblatt consegue equilibrar o humor de Tina com momentos de vulnerabilidade. É uma pena que o roteiro não tenha explorado cenas mais introspectivas, que retratariam as camadas mais profundas do trauma e da dor que moldaram a personagem.

A caracterização e o figurino dos atores são impressionantes, fielmente capturando a essência dos personagens dos jogos. Muitas falas icônicas dos games são repetidas, o que certamente agradará os fãs do material original. O universo de Pandora é bem introduzido, oferecendo uma experiência envolvente tanto para veteranos quanto para novos espectadores. A trama proporciona diversão consistente, repleta de ação em um frenético jogo de gato e rato.

Borderlands – Paris Filmes (2024)

Eli Roth, diretor de clássicos modernos do terror e horror como “Hostel”, deixa à desejar com uma direção sem personalidade. A duração do longa metragem poderia ter sido melhor aproveitada e os personagens mais bem desenvolvidos. Todos eles possuem uma backstory impressionante que sequer é mencionada. “Borderlands” falha em construir carisma e vida no que vemos em tela.

A narração e as constantes explicações atrapalham bastante a experiência, menosprezando a inteligência do espectador. O filme é repleto de clichês e embora os personagens sejam incríveis individualmente, não possuem nenhuma química entre si. Um grande potencial foi desperdiçado devido ao roteiro apressado, o que pode ser uma grande dificuldade para conquistar o público.

Borderlands – Paris Filmes (2024)

Em suma, “Borderlands” é um filme mediano, com a caracterização, ambientação e atuações segurando as pontas de um roteiro problemático e sem profundidade, o que entrega uma experiência divertida e explosiva.

 

Crítica por Pedro Gomes.

 

Borderlands | Borderlands: O Destino Do Universo Está Em Jogo
Estados Unidos, 2024, 101 min.
Direção: Eli Roth
Roteiro: Eli Roth, Joe Crombie
Elenco: Cate Blanchett, Kevin Hart, Jamie Lee Curtis
Produção: Avi Arad, Ari Arad, Erik Feig
Direção de Fotografia: Rogier Stoffers
Música: Steve Jablonsky
Classificação: 14 anos
Distribuição: Paris Filmes

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