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Tarantino fica do lado de Scorsese e comenta guerra entre Blockbusters e filmes originais

O último ano de 2019 foi bastante interessante para o cinema, com Vingadores: Ultimato alcançando a marca de maior bilheteria da história do cinema, e outros blockbusters conseguindo marcas surpreendentes de bilheteria, como Coringa, um filme para maiores de 18 anos que fez mais de U$$ 1 bilhão mundialmente.

Tivemos também muitas discussões acerca do que é ou não cinema, com o diretor Martin Scorsese entrando neste debate, ao dizer que os filmes da Marvel pareciam “parques de diversão”. Agora foi a vez do diretor Quentin Tarantino entrar no assunto. Em uma entrevista ao Deadline, segundo ele, 2019 se provou como o ano em que artistas poderiam se manter mais rígidos na briga entre filmes blockbusters e autoral.

“Apesar das continuações e dos ‘Vingadores: Ultimato’ da vida, eu acho que há uma guerra entre os filmes que surgiram no ano passado.”

O cineasta continuou, e disse que as produções “comerciais” dos grandes estúdios quase levaram a melhor, e que quase preencheram todas as salas de cinema, e que isso só não aconteceu graças aos seus colegas de trabalho.

“Pelo que eu posso ver, o produto comercial que é comandado pelos conglomerados, os projetos que todos conhecem e que todos já têm em seu DNA, seja a Marvel Comics, Star Wars, Godzilla ou James Bond, esses filmes nunca tiveram um ano tão bom quanto o ano passado. Teria sido o ano em que sua dominação mundial teria sido completa. Mas meio que não foi. […] Por conta disso, um monte de filmes originais saíram e se obrigaram a ser vistos, nos cinemas. Então acabou sendo um ano muito, muito forte. Eu estou realmente orgulhoso de estar sendo indicado [ao Oscar] ao lado dos outros filmes que foram indicados. Eu acho que, quando você pesa as coisas na balança, é um cinema que meio que não cai na prova do status das propriedades intelectuais e blockbusters, e que se provou presente no ano passado.”

O diretor voltou a falar sobre 2019, dizendo que foi um ano predominante por filmes blockbusters como Star Wars: A Ascensão Skywalker e Vingadores: Ultimato. Segundo o cineasta, se não fosse os longas mais independentes o cinema teria teria sucumbido para esse tipo de produção.

“Se isso não tivesse sido feito em 2019, poderia ter sido o último combate para filmes desse tipo. Foi um ano muito conceituado. Para combater filmes como ‘Vingadores: Ultimato’ – e não se falava outra coisa um mês antes dele ter sido lançado ou um mês depois, você não podia falar de qualquer outra coisa. Eles tentaram fazer a mesma coisa com o último ‘Star Wars’, mas eu não acho que funcionou. Mas você não podia pegar um voo da United Airlines sem ver todos os comerciais. Até mesmo as recomendações de segurança tinham uma cena de ‘Star Wars’.”

Pelo visto a discussão sobre os filmes blockbusters dominando os cinemas contra os filmes mais independentes ainda vai longe.