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Sobre o boicote de Star Wars: O Despertar da Força e o “genocídio caucasiano”

Há alguns dias vem circulando uma hashtag pelo Twitter que deu o que falar. #BoycottStarWarsVII pede que as pessoas boicotem o novo filme de Star Wars pois o mesmo coloca um ator negro para fazer um personagem principal. Eu acho que nem vale entrar no mérito de discutir a imbecilidade coletiva que é a criação de algo assim.

No universo de Star Wars, Darth Vader, o personagem principal do filme, era dublado por James Earl Jones. Negro, talentosíssimo. Lando Calrissian, por Billy Dee Williams, um raio de luz no filme! Estamos falando dos Estados Unidos de 1977. 12 anos antes, em 1965, havia acontecido as Marchas de Selma a Montgomery, que recentemente foram retratadas em um filme dirigido pela talentosa, promissora e negra Ava DuVernay.

Hoje, em 2015, é surreal que uma mentalidade tão retroativa ainda possa existir na cabeça de algumas pessoas que com toda certeza, no fim, só querem causar tumulto. Os motivos para o suposto boicote são hilários, eles alegam que o filme promove um “genocídio caucasiano” e tem como principal fonte o “marxismo cultural”.

Racismo reverso é como acreditar em unicórnios

Mais recentemente houve outra polêmica envolvendo raça. Alguns atores estavam sendo cotados para viver o novo James Bond nas telonas. Algumas das exigências para o papel: Ser britânico, alright, then, that makes absolute sense. Até que, de alguma forma, começou a sugestão do ator Idris Elba para viver Bond. À partir daí as coisas ficaram uma loucura. Era gente (me inclua nessa) defendendo que sim, James Bond poderia ser interpretado por um ator negro e que Idris, apesar de velho demais para o papel, seria um fantástico ator para viver o personagem. Outros, sugeriram então que Michael Cera interpretasse Shaft (risos)

O que se tira de tudo isso é que, sim, chegamos em um momento onde as pessoas aceitam e respeitam mais as diferenças raciais. A reação ao boicote mostrou isso: A grande maioria das pessoas acharam a situação ridícula e demonstraram seu apoio ao ator John Boyega, que interpreta o personagem Finn Star Wars Episódio VII – O Despertar da Força. Mas ao mesmo tempo, mostra que estamos longe de um mundo perfeito. Pois se um imbecil pode julgar um ator pela cor da sua pele, onde está a igualdade do ser, defendida em qualquer constituição neste planeta?