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Os Filmes Essenciais da cineasta Agnès Varda

Os seus Melhores Documentários

Os Catadores e Eu (2000)

Entre os documentários mais significativos de Varda, a encontrávamos aqui adotando as novas tecnologias modernas e se adequando ao cinema da atualidade magistralmente, praticamente indo perambulando pela estrada apenas com uma câmera digital portátil e se encontrando com pessoas que vivem de recados e rejeitam normas sociais. Brincando de formas variadas de diferentes formas e ângulos, criando assim uma forma de poesia humorada e meditativa sobre arte e consumismo pela realidade por onde percorre.

As Praias de Agnès (2008)

Talvez um de seus filmes de grau mais pessoal, obviamente já que se trata de um documentário autobiográfico e reflexivo de sua carreira e vida. Passeando de forma tão leve, doce, nostálgica e emocionante na forma como que reflete sua carreira até então e afinidade com a costa, adicionando clipes de filmes e detalhes pessoais sobre seu tempo crescendo até o momento atual. O momento onde Varda quis abrir as portas de sua vida para o seu público e os abraçou como amigos íntimos queridos ao mesmo tempo que verdadeiros fãs, do público para ela e ela de nós.

Visages villages (2017)

Como se já não bastasse uma carreira inteira para nos fazer se apaixonar por Varda, eis que ela vem com seu último projeto em vida ao lado do amigável colega diretor – fotografo JR, realizando aqui uma emocionante, divertida, afirmação da vida e da eterna juventude e jovialidade que Varda sempre carregou consigo a vida inteira até hoje. Onde a dupla que formam uma química naturalíssima, percorrem a zona rural francesa em uma van que funciona como uma enorme câmera Polaroid. Dirigindo pelo país na busca de restaurar a sensação de visibilidade e admiração de algumas pessoas da classe trabalhadora que são frequentemente negligenciadas, um dos temas favoritos de Varda. Pode ser quase que um mocumentário divertidíssimo e bobalhão, mas cujo o charme e sabedoria de Varda eleva a jornada para uma meditação comovente sobre o tempo, a história do cinema e a plenitude agridoce de passar por um mundo grande demais para ser visto em apenas uma vida. Sua não planejada despedida coberta de emoções genuínas e que mostrava o enorme coração pela sua arte ainda tão pulsante.

Cléo das 5 às 7 (1962)

Deixando o que é definitivamente a sua maior obra-prima feita em vida, Cléo das 5 às 7 é o tipo de filmes que diretores sonham em compor com tanta naturalidade cinematográfica, brilhantemente roteirizado, e um poder preciso de timming e direção sobre seus atores. Criando o que é uma aventura incrivelmente audaciosa pelas ruas de Paris, usando fotos reais de pessoas reais enquanto elas olham divertidas ou espantadas para a câmera de Varda que registra um perfeito retrato em tempo real, ao meio tempo em que segue a cantora, Cléo (Corinne Marchand), que está aguardando os resultados do teste de uma biópsia, fazendo de tudo para se distrair visitando velhos amigos, assistindo a um curta-metragem e indo passear no parque. Um registro vivo da Paris dos anos 60 e um dos filmes que melhor definiu a Nouvelle Vague Francesa, fazendo uma profunda reflexão sobre a vida interior de uma mulher temendo a morte. Cléo é apenas um exemplo do tipo de mulheres complexas que habitam os filmes de ficção de Varda, e cujo o filme Agnès Varda como uma das autoras definitivas do cimema.

Acha que deixamos alguma preciosidade de Agnès Varda de fora?

*Publicado no site Bastidores por Raphael Klopper.