Gênero pouco contemplado em festivais tradicionais e na cinematografia brasileira também representa o país no prestigioso Festival de Sitges.
O universo dos vampiros toma conta do Festival do Rio nesta sexta-feira, 3, com a première mundial do terror brasileiro “Love Kills”, de Luiza Shelling Tubaldini. Baseado na graphic novel homônima de Danilo Beyruth, o longa leva para as telonas gêneros pouco tradicionais na filmografia brasileira – terror e adaptação de quadrinhos –, mas que possuem amplo apelo e diálogo com um público nacional e global. Além da estreia no evento carioca, o filme representa também o Brasil no Festival de Cinema de Sitges, o maior evento de cinema de gênero do mundo, que acontece de 9 a 19 de outubro, na Espanha.
A participação do longa em ambos os eventos chama atenção porque filmes de gênero costumam ser pouco contemplados por festivais consagrados e suas competições. Já dentro do circuito de eventos voltados para cinema de gênero, o Brasil – país com pouca tradição no terror – ganha um representante em solo internacional e em uma das maiores competições do nicho. A participação do filme em Sitges conta ainda com o apoio da Spcine.
Descrito como um “thriller romantasia” — mistura entre os gêneros de romance e fantasia — “Love Kills” adapta a aclamada graphic novel homônima de Danilo Beyruth, levando para as telonas o encontro entre Helena, uma jovem vampira, e Marcos, um humano que não sabe o que acontece nas profundezas de onde circula. A seleção foi celebrada com a divulgação de seu cartaz e do primeiro teaser do projeto.
“Fazer cinema de fantasia e gênero no Brasil é em si uma aventura e é o tipo de filme que sempre me moveu, desde a infância. Neste sentido, poder realizar um filme de vampiros no Brasil — levado a sério — é um desafio delicioso de se enfrentar. Quer seja pela raridade de filmes desta natureza por aqui, quer seja pela forma interessantíssima que todos estes arquétipos se prestam para falarmos do que somos, de como nos relacionamos e de como nos vemos. Contar agora com a validação do mais importante festival de fantasia do mundo — Sitges — e do mais respeitado festival nacional — o festival do Rio — tem sido um reconhecimento muito especial,” conta Luiza Shelling Tubaldini.
“Love Kills” explora o universo dos vampiros como metáfora para traumas, exclusão social e construção de identidade. Ao trazer elementos de suspense e fantasia, “Love Kills” trata de relações abusivas a partir do ponto de vista de mulheres marginalizadas. Para Luiza Shelling Tubaldini, “vampiros são uma metáfora muito atual”, o que amplia a leitura simbólica proposta em cena. O objetivo é dialogar com públicos diversos, de fãs de horror a interessados nas questões de representatividade, assim oferecendo uma experiência de gênero com impacto emocional e político.
Boa parte dos projetos de Luiza se pautam por narrativas fantásticas e adaptações literárias, com elementos que atravessam sua obra de produtora-roteirista e agora na função de diretora-roteirista. Assumir a função de dirigir veio da necessidade criativa de contar ela mesma as histórias, a partir de sua experiência, formação técnica, sensibilidade artística e olhar atento às transformações sociais.
A produção de “Love Kills” é da Filmland Internacional, que tem objetivo de unir qualidade e entretenimento com apelo estético e popular para públicos no Brasil e no exterior. O portfólio da Filmland inclui diversos títulos que circularam em festivais internacionais, como “Motorrad”, thriller de ação exibido no Festival de Toronto e com remake em inglês vendido para o mercado australiano; e “A Princesa da Yakuza”, estrelado por Jonathan Rhys Meyers e a cantora nipo-americana Masumi, que chegou ao top 5 global da Netflix na semana de estreia. Ambos foram desenvolvidos também a partir de obras do quadrinista Danilo Beyruth.
SINOPSE
No centro de São Paulo, devastado pelo crack, uma jovem vampira, Helena, frequenta um estranho café na metrópole, cativando um garçom ingênuo. À medida que ele descobre os segredos dela e o submundo da cidade, ele é atraído para um mundo perigoso de intrigas imortais, desafiando sua mortalidade.
ELENCO
Thais Lago, Gabriel Stauffer, Iuri Saraiva, Tainá Medina e Erom Cordeiro
FICHA TÉCNICA
Diretora: Luiza Shelling Tubaldini
Produtores: Luiza Shelling Tubaldini, André Skaf e Edgard de Castro
Produtora executiva: Magali Assenço
Diretor de fotografia: Jacob Solitrenick
Designer de produção: Claudia Andrade
Figurino: Joanna Ribas e Gabriela Monnerat
Maquiagem: André Anastacio
Assistente de direção: Flavinha A Gomes
Som: Tales Manfrinato
Roteiro: Luiza Shelling Tubaldini
Coprodutor: Magali Assenço
Editor: Danilo Lemos, Larissa Armstrong e Chris Tex







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