“Alien: Romulus” honra a obra original em um retrato de um futuro aterrorizante.
Ambientado entre o primeiro e o segundo filme, “Alien: Romulus” se passa em 2142 e segue um grupo de jovens colonizadores espaciais que se aventuram nas profundezas de uma estação espacial. Lá, eles descobrem uma forma de vida aterrorizante, forçando-os a lutar desesperadamente por sua sobrevivência.
É um privilégio assistir a Cailee Spaeny nos cinemas após sua atuação avassaladora em “Guerra Civil”. Neste filme, o roteiro se concentra fortemente em explorar seu potencial de atuação, deixando os personagens secundários um pouco em segundo plano—diferentemente do longa de Ridley Scott, onde até mesmo os coadjuvantes têm alguma relevância. Cailee brilha em um horror marcado pela insanidade e claustrofobia, criativamente bem construído, honrando o que fez do filme de 1979 uma obra-prima.

Resgatando o horror psicológico, Fede Álvarez entrega uma direção consistente, mostrando mais uma vez sua força na parceria com Rodo Sayagues, num gênero que tem sofrido com a falta de inovação nos últimos anos. Ambos já trabalharam juntos em “O Homem nas Trevas” e “A Morte do Demônio” (2013), que também foram bem recebidos pelo público e pela crítica.
Um dos poucos pontos fracos é que a trama se transforma em um jogo de gato e rato muito rapidamente, o que pode tornar a experiência um pouco repetitiva ao longo de suas duas horas de duração. David Jonsson interpreta magistralmente um andróide de alta performance, lembrando até mesmo personagens de jogos de videogame como “Detroit: Become Human”. O Xenomorfo está ainda mais sanguinário, perseguindo os personagens em uma tensão claustrofóbica que dura do início ao fim. A ameaça constante de seu ataque transforma até os momentos de aparente calmaria em uma atmosfera de paranoia.

Alien: Romulus – 20th Century Studios (2024)A fotografia de “Alien: Romulus” é meticulosamente trabalhada para evocar uma sensação crescente de desconforto e terror. Galo Olivares emula com maestria o estilo que foi executado por Derek Vanlint no passado, utilizando um visual que enfatiza o uso de sombras e iluminação mínima.
A paleta de tons metálicos, verdes, pretos e cinzas cria um contraste marcante com o vermelho do sangue que permeia a violência e o caos a bordo da estação. De forma visceral e intimidadora, todos os aspectos técnicos moldam um ambiente com uma arquitetura opressiva que prende a atenção do espectador de forma angustiante.

Essa sequência traz um ótimo retorno à franquia e, com uma qualidade sonora e visual indescritível, merece ser assistida nas telas do cinema. “Alien” é um fenômeno atemporal que nos faz sentir tão vulneráveis quanto os personagens enclausurados nessa estação espacial isolada e hostil.
Crítica por Pedro Gomes.

Alien: Romulus
Estados Unidos, 2024, 119 min.
Direção: Fede Álvarez
Roteiro: Fede Álvarez, Rodo Sayagues
Elenco: Cailee Spaeny, David Jonsson, Archie Renaux
Produção: Michael A. Pruss, Ridley Scott, Walter Hill
Direção de Fotografia: Galo Olivares
Música: Benjamin Wallfisch
Classificação: 16 anos
Distribuição: The Walt Disney Company/20th Century Studios









Leave a Reply